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sexta-feira, 31 de agosto de 2012

A verdadeira moral da história pt 5 O príncipe sapo


Então amiguinhos, cansados dessa série, pois é, agora eu vejo que me prolonguei muito com ela, mas enfim, só hoje e depois semana que vem e feitoo o carreto!!!
Dito isso, as visitas esse mês superaram o então mês  recorde. Amanhã a postagem bônus e os números propriamente ditos.
Lembrando que o link é esse.
Fui, até mais.



Era uma vez uma aldeia onde os moradores passavam as noites contando e ouvindo histórias. As preferidas eram aquelas com enredos fabulosos, mas que despertavam sensações reais, confusas, secretas. Ao redor do fogo circulavam contos sobre bruxas e princesas, belas e feras, meninas e lobos, onde sobravam fome, medo, vingança e morte. E ao final, nem sempre feliz, alguém sempre pedia: “Conte outra vez”.

Em aldeias como essa, de histórias como essas, surgiram os contos de fadas (batizados por uma senhorinha francesa insensível ao fato de que a maioria nem fada têm). Os originais medievais eram destinados a ouvintes de todas as idades, mas, uma vez eleitos favoritos da infância burguesa, foram sendo sucessivamente amenizados até chegarem às atuais versões “censura livre”.

Essas narrativas são um patrimônio abstrato da humanidade, passado adiante via voz, livros, rádio, TV, internet – e, para quem está na faixa dos 30, vinis coloridos. “Isso é absolutamente surpreendente num mundo cada vez mais mutante”, afirma o casal Diana Lichtenstein Corso e Mário Corso no livro Fadas no Divã, onde fazem uma análise psicológica das histórias infantis. “Como esses restos do passado vieram parar nas mãos da crianças de hoje?”, perguntam os psicanalistas.

Nos anos 70, o austríaco Bruno Bettelheim emplacou a tese de que os contos que sobreviveram são aqueles que mais mexem com o inconsciente de narradores e ouvintes. Uma seleção natural favoreceu as histórias que reverberam na mente, que trazem nas entrelinhas questões emocionais, sexuais, familiares, universais. “No conto de fadas, o paciente encontra soluções analisando as partes da história que dizem respeito a seus conflitos”, escreve em A Psicanálise dos Contos de Fadas. Preservamos a história de Chapeuzinho não porque ela ensina a ter cuidado com estranhos, mas pelos sentimentos estranhos que ela provoca.

Nas próximas páginas, mostramos que a interpretação de clássicos como Branca de Neve, Patinho Feio e Cinderela pode ser reveladora, tanto para quem já perdeu o medo do lobo quanto para quem ainda espera pelo príncipe encantado.



O Príncipe Sapo

Versão consagrada - Uma princesa mimada maltrata um sapo e é obrigada a dividir cama e mesa com o batráquio. Depois de um tempo, ela acaba caindo pelos encantos do bicho. E, assim que os dois se beijam, num passe de mágica, ele vira um príncipe.

Outra história A versão original não tem beijo: o sapo se transforma após ser jogado na parede.

Interpretação - Diferentemente de histórias que terminam no casamento, esta e A Bela e a Fera lidam com o complexo “depois”. O nojinho da princesa com o ser viscoso pode simbolizar o incômodo das crianças com o sexo, ou simplesmente com relacionamentos fora da família – ambos redimidos ao final do conto.

Para maiores - Essa princesa é da linhagem das “megeras domadas”, que esperneiam, mas ao fim se submetem ao papel passivo reservado a elas.

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